Viagens, culturas, aventuras, montanhas, escaladas, trilhas, fotografia e filmes da natureza.

“Para viajar basta existir. ... Fernando Pessoa

28 de junho de 2010

Quem vai para Índia sempre tem alguma história para contar

Cheguei no aeroporto de Delhi perto da meia-noite, todos as casas de câmbio estavam fechadas. Viajando já sem cartão de crédito, depois de ser roubada no Vietnã, essa questão passou a ser uma preocupação.



Fui para os únicos guichês que estavam abertos, os de táxi. Peguei a fila e perguntei em vão para o atendente se aceitava pagamento em dólar. No outro guichê a mesma resposta: só aceitam rupias indianas. Começo a perguntar para as pessoas na fila, aliás homens indianos. Na Índia é raro encontrar mulheres viajando sozinhas e a maioria dos turistas tem algum agenciador à espera. Eles me olhavam com o ar de questionamento e congelavam nesse estado, sem dar qualquer resposta. Quando a pergunta é mais simples, eles respondem com um balanço de cabeça característico dizendo nem sim nem não, mas uma turista pedindo para trocar dólares à meia noite no aeroporto era demais. Um sujeito compreendeu a situação em que estava e trocou uns poucos dólares, o suficiente para poder pegar um táxi para o bairro mais próximo com acomodações indicado pelo serviço de informação.
Entrei no táxi que em menos de quinze minutos chegou ao bairro de Mahipalpur. Vários letreiros luminosos indicavam hotel x, hotel y e desconfiei, letreiro luminoso na Índia significa custo mais alto dos quartos. O preço começou em 100 dólares o quarto. Com dólares contados, parte devido também a ausência do cartão de crédito, implorei para o motorista continuar comigo. Começamos a rodar o bairro perguntando de porta em porta o custo de uma hospedagem. Depois rodamos mais de uma hora pela madrugada por ruelas que nem o motorista conseguia encontrar as indicações recebidas para baratear o custo. Já estava saindo pela porta de mais um saguão quando o gerente parece que ficou com pena e me ofereceu um quarto por 1000 rupias a diária caso ficasse os dois dias. Dois dias era o tempo que demoraria para pegar minha outra conexão, estava somente de passagem pela Índia. A minha conta daria o equivalente a 40 e poucos dólares no total. Duas horas da manhã, cansada, acabei aceitando. Detalhe: eu tinha somente 50 dólares americanos no bolso.

O hotel acabou proporcionando uma ótima recuperação pois adoeci no dia seguinte. Fiquei com diarréia, nariz congestionado e totalmente indisposta para qualquer atividade. Tentei lembrar o que poderia ter sido, mas entre o café da manhã que comi em Bangkok e a comida do avião indiano houve muitas variáveis para tentar descobrir.

Só saí para comprar um pouco de comida com o dinheiro que me restava. Voltei e fiquei passando os canais no controle remoto, direcionei minha atenção para um problema maior que estava por vir: neblina no aeroporto de Delhi. Vôos atrasados, cancelados, um caos.

13 de junho de 2010

O Caraça pede ajuda



Estive duas vezes no Parque Natural do Caraça, a última em 2009. Foi impossível não deixar de notar o avanço impressionante das ações das mineradoras ao redor do Parque.





Esbarrei na proposta de criação do Parque Nacional da Garandela, que visa proteger a biodiversidade e mananciais que abastecem toda a região.
A serra do Gandarela é um divisor das bacias hidrográficas do rio Doce (Piracicaba) e São Francisco (rio das Velhas), e forma um corredor ecológico natural até o Caraça unindo as duas bacias.


O lobo guará, morador da região, é uma espécie em extinção e está mudando seu comportamento devido a redução de suas terras. O animal tem hábitos solitários, porém no Caraça eles andam em família por não terem para onde correr.

O artigo completo está no blog do Grupo Ambiental de Santa Barbara:
http://www.onggasb.com.br/2010/04/por-que-e-tao-importante-criacao-do.html


Podemos ajudar através do abaixo-assinado:
http://bit.ly/serragandarela