Respondi: - O Alpamayo!
A bela face do Alpamayo
Um belo presente: uma parede trapezoidal de 700 metros de altura desde sua base, repleta de corredores e flautas com inclinaçao de até 90º. A rota mais popular, a ferrari, está fechada por perigo de quedas de seracs. A única opçao com um nível de dificuldade maior é a francesa direta. Fechamos um grupo internacional: Miha, esloveno, e o francês Yann.
Entrada do vale Santa Cruz
Após um dia de compras em Huaraz, partimos em um dos colectivos e contratamos burros em Cashapampa. Os dois primeiros dias sao tranquilos, aumentando a altitude lentamente pelo vale Santa Cruz. A vegetaçao muda das árvores aos espinhosos cactos, das cachoeiras a plácidos lagos, sempre beirando o rio.Entrada do vale Santa Cruz
No acampamento base fizemos os preparativos para a escalada. Levaríamos somente o essencial, apesar de ser quase tudo. Há grupos que fazem um acampamento intermediário antes de do glaciar, o morena. Nosso plano era alcançar o acampamento glaciar em apenas um dia atravessando o colo a 5400m, sao mais de mil metros de desnível com a mochila pesada pelos equipamentos de escalada, barraca e comida para alguns dias.
A subida do acampamento base para o glaciar foi dura, mais de sete horas parede acima. Chegamos no colo mortos de cansaço, mas a visao extasiante da parede substituiu qualquer sentimento no primeiro momento. No segundo, o temor tomou conta dos meus pensamentos.
As duas horas da manha o alarme começa a disparar. Miha saiu da barraca e esperei o veredito, para confirmar meus temores o céu estava estrelado e escutei: - vamos escalar!
Para alcançar o "bergschrund", a primeira grande greta, subimos por uma neve fofa. Miha acabou deixando Yann guiar levando as duas pontas das cordas. Miha foi em seguida, na minha vez... Travei um tempo com uma perna de cada lado da fenda mas consegui subir para a parede. Quando ainda me recuperava para continuar, senti umas puxadas. Devo ter demorado um bocado, pois quando ainda tentava subir, os meninos me puxaram para cima.
De lá, foram cordadas intermináveis corredor acima. O gelo estava bom para escalar. Amanheceu perto da quinta cordada colorindo o horizonte e iluminando os picos ao redor. Avistamos os pontos escuros das barracas no acampamento.
O cansaço e a inclinação aumentavam conforme o tempo ia passando. Meu pescoço tombava cada vez mais para trás para ver Yann escalando. Estávamos perto do fim quando as piquetas começaram a ter dificuldade para firmar: gelo duro. Parece que foi nesse ponto que um argentino escalando solo caiu, rolando para a morte canaleta abaixo duas semanas atrás.
Na última parte não víamos mais o fim. Miha, que dava segurança a Yann, sentiu a corda correr mais rápido e disse: ele chegou.
Escalamos até o coração vir na boca, era o último esforço. Enfim, recuperamos o fôlego ao lado de Yann que já sorria. Cume!
Foram seis horas de escalada. As nuvens começaram a dominar o espaço e tínhamos janelas de vistas intermitentes. Curtimos o cume estreito e ondulado formado por cornisas.
A descida foram séries de rapel. Cansados, chegamos no acampamento e desabamos. Cozinhei macarrao instantâneo com chorizo que foi devorado. Mesmo sem muitas forças, resolvemos descer a passar mais uma noite gelada no glaciar. No final da tarde chegávamos ao acampamento base nem tanto saos, mas salvos.
Oi Emilia.
ResponderExcluirParabéns pela conquista dessa montanha incrível. Estive esse ano na Quebrada Santa Cruz e pude comprovar como o Alpamayo é bonito!!!
Abs.
Fábio
Increible y hermoso, cuando va para el volcán más alto del mundo: Chimborazo, es en Ecuador arribita del Perú, felicitaciones por sus logros
ResponderExcluirParabens!!! Grande Emilia....
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